Wismar

No inicio do mês tive uma semaninha de férias do trabalho e me organizei para visitar novas cidades na Alemanha. Como o orçamento e o tempo eram apertados, otimizei o roteiro de maneira que pudesse aproveitar viagens usando meu Deutschland Ticket, a assinatura mensal de transporte publico que nos permite usar todo meio de transporte local e regional quantas vezes quiser. E pra sair de Berlim até meus destinos, consegui usar somente trens regionais sem pagar nada extra.

Meu plano era visitar Schwerin, dormir lá e no dia seguinte ir até a cidade de Wismar, que é o local sobre o qual vou contar agora.

Wismar fica na costa do mar báltico, é uma pequena cidade portuária que foi fundada no século 13 e teve um forte desenvolvimento na idade media por ser importante membro da liga Hanseatica. Essa liga era uma associação de comerciantes de diversas cidades ao norte da Alemanha que buscava a união como forma de se fortalecerem, criando regras próprias para as transações comerciais. Durante a fase de ouro da liga Hanseática, muitas cidades prosperaram e ganhavam o titulo de Hansestadt, que significa Cidade Hanseática. Essa lembrança dos tempos áureos permanece até hoje entre essas cidades, e Wismar também ainda é chamada de Hansestadt Wismar.

Chegando de trem na cidade, eu planejava deixar minha mala de rodinha em algum armário da estaçao principal, mas fui negativamente surpreendida pela falta de qualquer estrutura na estação. Não havia nada além de um guichê da Deutsche Bahn e uma maquina de vender refrigerantes. Ponto negativo.

Entao fui perambular pela cidade puxando minha malinha capenga, o que incomodava mas nao atrapalhou tanto o passeio. Saindo da estaçao fui a pé pela avenida que tem ali e liga com o antigo porto, e logo chegando ao local já percebi que estava acontecendo alguma feirinha de rua, costume alemão que eu adoro! O clima festivo me animou e ao ver os barcos de turismo chamando para passear, logo me empolguei e quis entrar no primeiro que estava ali. Era meio dia e o tour de 1hora pelo porto e baia de Wismar custava 19,50 euros, resolvi me dar esse luxo e fiz o passeio. Mas foi um daqueles programas furados, pois a paisagem do porto não tinha nada de mais, e nem chegamos a ir até o mar aberto pois a rota q fiz era curta, além de estar torrando no sol do meio dia e com uma ventania que minha jaqueta não deu conta e precisei entrar na parte fechada do barco, observando a paisagem pelo vidro sujo. Não recomendo.

Saí do barco e ja estava com fome, resolvi testar um dos restaurantes de peixes que tem no antigo porto. Acho que fiz outra escolha ruim ao pedir uns camarões empanados que estavam com gosto de farinha e demoraram muito para chegar.

Apesar dessa entrada triunfal na cidade, não desanimei e segui meu passeio pelas ruas da Altstadt, a cidade velha. Ali sim pude ver o charme que Wismar tem a oferecer, com tantas casas históricas e ruas sinuosas. O centrinho estava bastante movimentado, não sei dizer se isso acontece sempre ou se estava acontecendo algum evento especial naquele dia. Visitei as ruínas da igreja St.Marien que sobreviveu aos bombardeios da segunda guerra, mas não sobreviveu aos soviéticos durante a guerra fria, pois mandaram derruba-la. Hoje sobrou apenas a torre e a base do que foi a igreja.

Dali andei pelas ruas com varias casas de tijolos aparentes, que descobri depois serem frutos da época que a cidade esteve sob a Lei de Lübeck, a cidade Hanseatica mais importante, que obrigava as prefeituras a construirem as novas edificações em tijolos para evitar grandes estragos quando incêndios acontecessem, ja que as casas de madeira facilmente evaporavam com o fogo.

Já na praça principal, a Marktplatz, a gente encontra o prédio da prefeitura, a Rathaus, a fonte Wasserkunst do século 17, a casa Alter Schwede do século 14, e a placa memorial do filme Nosferatu, dos anos 20, que foi filmado pelas ruas da cidade. Importante também falar que a cidade de Wismar se tornou patrimônio cultural pela UNESCO em 2002.

Como meu tempo era curto e ja precisava pegar o trem Regional 8 de volta a Berlim, viagem que dura 3h15min, fui circulando por mais umas ruas do centro até voltar para a estaçao.

A conclusao que tirei é que Wismar é uma cidade muito charmosa e cheia de historia, que talvez merecesse mais tempo para desbravar melhor seus atrativos, mas talvez nao valha a pena ficar mais de 6 horas de viagem entre ida e vinda de Berlim somente por causa dela.

Deixo aqui o video que fiz deste passeio. As próximas paradas são Schwerin e Rostock.

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